Com grande comoção e muitas homenagens, o corpo de Dona Canô, foi enterrado na manhã desta quarta-feira (26/12) no cemitério Campo da Caridade, na avenida Ferreira Bandeira, em Santo Amaro.
Uma multidão acompanhou o cortejo que saiu após a missa de corpo presente na Igreja Nossa Senhora da Purificação, parou por alguns minutos em frente à casa dela, na avenida Viana Bandeira, e seguiu para o sepultamento.
As lojas do comércio estavam fechadas, e além de familiares e amigos, moradores do município, muitos deles usando roupas brancas, acompanharam o enterro. Bastantes emocionados, os filhos Caetano Veloso e Maria Bethânia ajudaram a carregar o caixão, e não gravaram entrevista a imprensa. Cerca de três mil pessoas acompanharam o carro funerário, segundo estimativa da Polícia Militar.
Também estiveram presentes o professor Jorge Portugal e o prefeito eleito de Salvador ACM Neto. Em entrevista ao Acorda Cidade, Jorge Portugal disse que conversou pela última vez com Dona Canô na manhã da última sexta-feira (21/12), ainda no hospital.
“O legado que ela deixa não é um viaduto, não é uma obra. É uma escola de valores. Desde os 16 anos de idade, ou seja, há 40 anos, vivo na casa de Dona Canô. Aprendi com ela, grandeza de alma, generosidade, tolerância e respeito ao próximo. Na última vez que conversei com ela, já com a voz bem fraca ela disse: Meu compadre, sua comadre está indo para o céu”, relatou o professor emocionado. Informações e fotos acorda cidade.
CANTATA PARA CANÔZINHA VELLOSO
ResponderExcluirTADEU BAHIA – Autor
Canôzinha Velloso, matrona do tempo gostoso dos bondes puxados a burro, quando a modernidade ainda andava de pés descalços pelas ruas já calçadas da velha Santo Amaro da Purificação. Nos seus tempos de criança os mais velhos andavam em formosos ternos de casimira, chapéus na cabeça e saldavam as damas com gentis galanteios pelas ruas românticas da cidade.
Canôzinha Velloso, dos tempos saudosos do Apollo e da Lira de Santo Amaro, com os seus carnavais que deixaram saudades. O andar das moças e dos rapazes ao cair das tardes na sombra gostosa, sob os umbrais e portais das construções coloniais da cidade, construída com o suor dos escravos dos tempos dos antigos Engenhos de Açúcar, quando a civilização negra aqui plantou as suas mágicas raízes para não mais voltar...
Canôzinha Velloso e as Igrejas da Purificação e do Rosário, sempre altaneiras, marcos católicos e tradicionais da cidade com as suas procissões antigas, cheias de aparatos solenes, com os seus andores bonitos, mas sempre românticas, que nos meus tempos de criança eu sempre tomava parte, guiado pelas mãos saudosas e hoje ausentes do Meu Pai...
Canôzinha Velloso acompanhou e acompanha as Histórias e estórias contadas desta digna cidade que a abriga e enaltece. Mulher de olhar sempre cândido que ao nos observar, parece, que lança no fundo das nossas Almas a mais bela e santificada prece!
Canôzinha Velloso, mulher de velhas e gostosas histórias, sempre divertidas e abençoadas pelo seu sorriso maroto que num piscar de olhos enche os nossos Espíritos da mais tenra alegria! As suas mãos leves e carinhosas, tais pétalas suaves da mais fina flor, ao nos pegar pelas mãos as afagando docemente, enche o nosso Espírito do mais puro e inesquecível amor!
(Salvador/BA, em 22 de dezembro de 2012).
Dificil, mais muito dificil mesmo, encontrar palavras. Adeus meu Santo Amaro. Que a senhora em companhia da MÃE SANTISSIMA, continue olhando por nós, que estamos necessitando muito mesmo.
ResponderExcluirTalvez, o Sr. Prefeito desta vez com a morte de D. Canô, seja atendido o pedido de purificar o Rio SUBAÉ...
ResponderExcluirdona Canô, foi nosso anjo bom, nossa amiga, grande amiga...muita saudade...eterna saudade...a bondosa,alegre,fervorosa, acolhedora...que tenha muita PAZ...do amigo padre Elmo...
ResponderExcluirsalva salve Dona canô....
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