Apesar de o estudo feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado na quinta-feira, 19 - em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), do Ministério da Justiça - apontar que o perfil de consumidores de crack é composto por pessoas de baixa renda e baixa escolaridade, o número de usuários de classe média tem crescido.
É o que observa o psiquiatra Rogério Santos. Ele dirige uma clínica de tratamento para usuários de todos os tipos de drogas e diz que em quatro anos o número de internados de classe média cresceu bastante. "O crack hoje é delivery.
A pessoa liga e recebe no condomínio. A classe média descobriu essa droga que tem efeito muito mais rápido que as outras", conta. Foi dessa forma que o músico L.B.O.N., 26, entrou com apenas 8 anos no universo das drogas. "As pessoas usavam todo tipo de droga dentro de casa e cresci vendo isso, não tive como fugir. Fui preso, trafiquei, morei nas ruas, roubei, pensei que ia morrer.
Minha família quase desistiu de mim", revela o rapaz. Ele disse que depois de 20 internações decidiu se tratar e contou com apoio familiar. "Hoje estou há um ano, três meses e 21 dias longe das drogas", comemora. (ATarde)
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