14 de outubro de 2013

Caetano fala sobre 'censura' a biografias

Na primeira manifestação pública desde o início da polêmica sobre a publicação de biografias não autorizadas, o cantor e compositor Caetano Veloso, em sua coluna na edição deste domingo (13/10) do jornal "O Globo", afirma que a imprensa trata o tema de modo "despropositado" e defende a posição dos artistas que lutam pela exigência de autorização prévia para a comercialização dos livros.

"Censor, eu? Nem morta!", escreve Caetano, para quem "no cabo de guerra entre a liberdade de expressão e o direito à privacidade, muito cuidado é pouco".


Caetano diz ser a favor de biografias não autorizadas de figuras como José Sarney ou Roberto Marinho. Mas cita "o sofrimento de Gloria Perez" e o "perigo de proliferação de escândalos" como justificativas para uma atenção maior ao direito de privacidade.

Guilherme de Pádua, assassino de Daniela Perez, filha de Gloria, escreveu um livro enquanto estava na cadeia chamado "A História Que o Brasil Desconhece". Ela recorreu à Justiça para impedir a circulação.

Caetano defende uma espécie de caminho do meio e chega a citar uma fala sua de 2007 na qual se coloca claramente contra a exigência de autorização prévia por parte de biografados.

"Tenho dito a meus amigos que os autores de biografias não podem ser desrespeitados em seus direitos de informar e enriquecer a imagem que podemos ter da nossa sociedade. Pesquisam, trabalham e ganham bem menos do que nós (mas não nos esqueçamos das possibilidades do audiovisual)", escreve.

Logo em seguida, pondera: "Mas diante dos editoriais candentes, das palavras pesadas e, sobretudo, das grosserias dirigidas a Paula Lavigne, minha empresária, ex-mulher e mãe de dois dos meus três filhos maravilhosos, tendo a ressaltar o que meu mestre Jorge Mautner sintetizou tão bem nos versos 'Liberdade é bonita mas não é infinita /Me acredite: liberdade é a consciência do limite'. Mautner é pelo extremo zelo com a intimidade".

Na defesa que faz de Lavigne, presidente e porta-voz do grupo "Procure Saber" (criado para defender causas de um grupo de artistas, entre elas a da autorização prévia para biografias), Caetano critica a Folha. "Repórter da 'Folha' cita trechos de algo dito por Paula Lavigne em outro contexto para responder a sua carta de leitor. Logo a 'Folha', que processou, por parodiá-la, o blog Falha de S.Paulo."

O compositor se refere à ação movida pela Folha contra o blog "Falha de S.Paulo", criado pelos irmãos Mario e Lino Bocchini, por violação da propriedade da sua marca --e não por parodiar o jornal.

Materia original folha.uol.com.br/










Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com

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