14 de outubro de 2013

Terceira edição da Flica terá 24 autores, agenda infantil e musical


Pelo terceiro ano consecutivo, para a alegria dos apaixonados por livros, acontece de 23 a 27 mais uma edição da Flica - Festa Literária Internacional de Cachoeira, que no ano passado agitou a cidade do Recôncavo com a presença de mais de cinco mil espectadores nos debates, que tiveram a presença de 23 autores. O evento levou, no total, mais de 20 mil pessoas à cidade.

Realizada pela iContent/ Rede Bahia e pela produtora Cachoeira Literária, a Flica terá 24 escritores - oito baianos, 11 de outros estados e cinco internacionais. Estarão presentes desde best-sellers nacionais como Laurentino Gomes (1808) a intelectuais como o sociólogo francês Jean- Claude Kaufmann, autor do livro de ensaios Primeira Manhã: Como Nasce uma História de Amor.

Letícia Wierzchowski e Laurentino Gomes estão entre os autores nacionais que participam da Flica. A americana Sylvia Day, da trilogia erótica Crossfire, debate literatura feminina

Para Emmanuel Mirdad, curador da Flica, uma das marcas do evento é a diversidade dos participantes: “Nessas três edições, jamais repetimos os convidados. Além disso, por termos independência como curadores, trazemos representantes das mais diversas correntes políticas. Por isso, numa mesma mesa, podemos reunir Maria Hilda Baqueiro Paraíso, conhecida pelas ideias de esquerda, e o geógrafo Demétrio Magnoli, ligado à direita”. Esses convidados vão participar da mesa Donos da Terra? - Os Neoíndios, Velhos Bons Selvagens, que acontece dia 26.

Erotismo 
Outra importante característica da Flica é a inclusão dos autores de best-sellers entre os debatedores. É o caso da americana Sylvia Day, escritora erótica que criou a série literária Crossfire, composta pelos livros Toda Sua e Profundamente Sua, lançados no Brasil pela Companhia das Letras. 
Sylvia, que esteve na Bienal do Rio, no mês passado, é comparada a E.L. James, autora do sucesso erótico Cinquenta Tons de Cinza. “Mas há uma diferença: ela escreve muito melhor”, brinca Mirdad. Para o curador, a presença de uma autora como Sylvia enriquece a experiência dos autores baianos.

Na sexta, dia 25, a americana participa, com a baiana Álex Leilla, da mesa Entre Flores e Espartilhos, sobre literatura feminina. “Sempre buscamos fazer uma mesa que estimule contato entre escritores de origens diferentes. É muito importante essa troca de experiências entre escritores baianos e internacionais. Por isso, só há um debate com a presença somente de baianos”, diz Mirdad, referindo-se à mesa Qualquer um Poeta, que na quinta, dia 24, vai reunir Elieser César e Karina Rabinovitz.

lançamentos Para o outro curador da Flica, Aurélio Schommer, a escolha dos nomes participantes é sempre complicada: “Curadoria não é receita de bolo. É a soma de fatores; não há um preponderante. Fundamental é imaginar se a mesa vai dar liga. Isso é um exercício um pouco randômico, de reflexão, tipo tentativa e erro”.

“É muito importante também estarmos em dia com os lançamentos. Por isso, mais de 80% dos escritores têm livros lançados nesse ano”, pontua Mirdad. Esse é o caso, por exemplo, de Laurentino Gomes, que lançou no mês passado 1889, sobre a Proclamação da República. Laurentino estará, na quinta-feira, na mesa 1889 - Clientes, Coronéis e a República, junto com o gaúcho Eduardo Bueno.

Além de Sylvia Day e Jean- Claude Kaufmann, outros três nomes internacionais estarão presentes: o escocês Ewan Morrison, que não tem livros lançados no Brasil; a americana Kiera Cass (criadora da trilogia A Seleção) e o angolano Pepetela, ex-membro do MPLA, autor de vários livros e vencedor do Prêmio Camões em 1997.

Transmissão 
Entre os baianos, além dos já citados, estão a biógrafa Ana Tereza Baptista, a ficcionista Gláucia Lemos e Makota Valdina, que se prepara para lançar, em novembro, a autobiografia Meu Caminhar, Meu Viver. Outros nomes baianos estarão na Fliquinha, espaço dedicado às crianças. 

Para atender à demanda que aumenta a cada ano, nesta terceira edição, além dos 300 lugares disponíveis no auditório do Claustro do Conjunto do Carmo, haverá, do lado de fora, a transmissão por telão para quem não conseguir acompanhar as mesas ao vivo. E, para quem não conseguir ir a Cachoeira, uma boa notícia: todas as mesas serão transmitidas ao vivo pelo portal iBahia.com, com tradução simultânea dos participantes de língua estrangeira.

Música 
E, como o evento precisa fazer jus ao título de “festa”, não faltarão atrações musicais para encerrar as noites após os encontros literários. “A ideia é transformar os shows em um momento de integração entre os participantes da Flica, que muitas vezes vão encontrar os escritores ao seu lado, no meio da plateia dos shows”, diz Mirdad.

Entre as atrações, estão Armandinho, que se apresenta no sábado, e a Osba, que fará o concerto de abertura quarta, às 18h. A Varanda do Sesi, que acontece em Salvador no Rio Vermelho, será temporariamente transferida para Cachoeira e também com acesso gratuito, levará atrações como Roberto Mendes, Lazzo Matumbi e a Orquestra Reggae Sinfônica.


Fliquinha traz programação exclusiva para criançada

Ler é descobrir um novo mundo, repleto de fantasia e imaginação. Pelo menos, é essa sensação que o livro desperta na criançada que, nesta 3ª edição da Flica, contará com um espaço exclusivo: a Fliquinha, funcionando nos dias 24, 25 e 26. Na programação, exposições, oficinas, teatro, contação de histórias e um espaço dedicado à Turma do Xaxado, do desenhista baiano Antônio Cedraz. 

O desenhista Antônio Cedraz terá um espaço exclusivo para a Turma do Xaxado na festa de Cachoeira

“As crianças começam com os quadrinhos e migram para a literatura infantil, então é um facilitador e incentivador da leitura”, opina ele, que se dedica ao ofício há mais de 40 anos e também é autorde 12 livros de contos infantojuvenis. Com a sua Turma do Xaxado, criada em 1998, já ganhou seis vezes o Troféu HQMIX, considerado o Oscar dos Quadrinhos. “São quadrinhos que valorizam o Nordeste e o nosso folclore”, define ele, que é Mestre do Quadrinho Nacional pela Associação de Caricaturistas e esenhistas de São Paulo.

A Fliquinha ainda recebe o lançamento do livro A Saga do Menino Callu, de Gilberto Pinto, sobre as aventuras cheias de mistério de um menino baiano; e bate-papos literários com a escritora e cordelista Mabell Veloso; a ilustradora Ciça Fittipaldi, vencedora do Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro; e o designer Enéas Guerra, editor de arte de vários livros do etnólogo e fotógrafo franco-baiano Pierre Verger (1902-1996); e a idealizadora do programa Cirandando-Brasil, Nairzinha.

Outro destaque da Fliquinha é o cantor Saulo, em versão mais intimista, num pocket show voz e violão acompanhado por 
um percussionista.


Flica movimenta o comércio local e lota pousadas

Além da agitação cultural e do desfile de grandes autores da literatura, a Flica movimenta o comércio da cidade, alterando a rotina da histórica Cachoeira, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan em 1971 e considerada Monumento Nacional. Situada no Recôncavo, na microrregião de Santo Antônio de Jesus, a aproximadamente 130 km de Salvador, Cachoeira tem cerca de 34 mil habitantes.

Durante a Feira Literária de 2012, a cidade chegou a receber “um extra” de 20 mil pessoas nos cinco dias do evento. As pousadas tiveram ocupação máxima e, inclusive, quem estiver interessado em se hospedar para o evento deste ano, as vagas estão limitadíssimas. Das dez pousadas consultadas pela reportagem, apenas duas tinham um quarto cada e, mesmo assim, por conta de desistências de última hora – algumas hospedarias estão com lotação esgotada desde julho. Ainda há opções de hospedagem na zona rural da cidade ou em localidades vizinhas, como Conceição do Almeida, Cruz das Almas e Maragojipe.

A principal via de acesso até Cachoeira é pela BR-324. O motorista deve seguir por 59 quilômetros até o entroncamento da BA-026. Daí, percorrer mais 11 km até Santo Amaro da Purificação, atravessar a cidade e continuar pela BA-026 por mais 50 km até Cachoeira. Uma rota secundária é pela BR-101: por volta do km 197, o motorista deve entrar na estrada de Capoeiruçu e descer o vale até Cachoeira, por cerca de 3 km.

No terminal rodoviário de Salvador, a empresa Santana São Paulo disponibiliza linhas diárias para a cidade (R$ 19,90) a partir das 5h30, com ônibus saindo por hora, até as 21h30. A Viação Jauá trabalha com linhas até São Félix (R$ 19,99), do outro lado do Rio Paraguaçu, separadas apenas pela Ponte D. Pedro II, com ônibus saindo a partir das 5h45 e até as 18h30, em horários alternados. As duas empresas também oferecem a rota de volta durante todo o dia ( R$ 18,50 - Santana / R$ 18,59 - Jauá).     

Matéria original correio da bahia

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