26 de abril de 2015

Prefeituras de Santo Amaro e Candeias cancelam comemoração de São João


A chuva, ou a falta dela e a crise econômica estão afetando até o São João este ano. A menos de dois meses do início dos festejos juninos, várias prefeituras já anunciaram que o arrasta-pé está comprometido. 

Os casos mais drásticos são os dos municípios de Santo Amaro, Candeias e Sento Sé, no Vale do São Francisco, onde as festas foram definitivamente canceladas. Com sérios danos causados pela chuva do último dia 13 de abril, Santo Amaro ainda faz as contas do prejuízo.


Mais de mil pessoas ficaram desabrigadas e a cidade vive em situação de emergência desde o dia 18. Na semana passada, o prefeito Ricardo Machado (PT) tomou uma decisão: “Diante disso tudo, o caminho é não fazer a festa. Provavelmente, em algumas comunidades e bairros, a população vai fazer alguma coisa, ‘vaquinhas’. Mas a prefeitura não vai fazer nenhum gasto”, assegurou o prefeito.

Segundo ele, R$ 1,5 milhão já estava destinado à festa deste ano, mesmo orçamento do São João de 2014, que teve atrações como a banda Calcinha Preta, além dos cantores Del Feliz, Beto Barbosa, Cicinho de Assis e Virgílio. “Agora, o dinheiro vai para as ações emergenciais”, disse Machado.

A cidade de Candeias também decidiu destinar a verba junina para minimizar os estragos da chuva, que atingiu a cidade no mesmo período. “Só com as bandas, seriam R$ 400 mil, mas o nosso São João gira em torno de R$ 600 mil”, disse o prefeito Sargento Francisco, do PSD. O município decretou situação de emergência e aguarda ajuda dos governos estadual e federal.




Mas, ao mesmo tempo em que há cidades sofrendo com a chuva, outras penam com a seca. Em Sento Sé, no Vale do São Francisco, 15.749 pessoas estão afetadas pela seca, e a cidade, em situação de emergência, também desistiu da festa de São João.


Emergência

Segundo a Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia (Sudec), há hoje 27 municípios baianos em situação de emergência por conta da seca – e 358.026 pessoas afetadas por isso – e outros dois em emergência devido à chuva – com mais 8.700 atingidos (veja no mapa).

“Em situações de emergência, os gastos da cidade se concentram na emergência. Você passa a concentrar esforços para atender as pessoas que estão precisando, e você tem ajuda estadual e federal para mais rapidamente atender a população que está precisando de água, ou para consertar uma rua que a quebrou por conta da chuva, ou reconstruir uma estrada vicinal”, exemplifica o superintendente da Sudec, Rodrigo Hita.

Cortes

A presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Maria Quitéria Mendes, demonstrou preocupação com a escassez de recursos. “A situação está precária, pior do que nunca. Tem município este ano com arrecadação menor mês a mês. Com a diminuição da receita, alguns já sinalizaram que não vão fazer festa este ano. Outros vão priorizar por conta da tradição, mas, com certeza, vai ser um São João menos expressivo e com menos gastos”, disse.

Enquanto os cancelamentos foram feitos em cidades onde há emergência por conta da seca ou da chuva, municípios com festas tradicionais como Amargosa, Cruz das Almas, Piritiba, Senhor do Bonfim e Ibicuí já anunciaram que os investimentos este ano serão menores, diante da crise financeira.

Amargosa, no Centro-Sul, que no ano passado teve Danniel Vieira, Dorgival Dantas, Alceu Valença e Jorge & Mateus na grade de programação, ainda não sabe o que fará com a festa este ano. A prefeitura informou que, a esta altura, ainda está “estudando as atrações que vai contratar” porque tem “consciência da crise”.

Em Cruz das Almas, no Recôncavo, onde os festejos juninos costumam durar 30 dias, a programação este ano foi reduzida. “Ainda não sei de quanto vai ser a redução no orçamento, mas vamos fazer um São João menor, com cinco dias apenas. Os municípios brasileiros estão sofrendo muito, principalmente os baianos”, disse o vice-prefeito Ednaldo José Ribeiro, do PTC, que também coordena a execução da festa local.

Fonte: Correio

2 comentários:

  1. Vai ter o São João em SANTO AMARO, o tradicional que há séculos se realizam, com fogueiras na frente das casas, distribuição de licores, amendoim, milho, laranjas e muito mais, forró improvisados do arrasta pé, patrocinada pelo povo. O QUE NÃO VAI TER ,SÃO: AS GASTANÇAS DA PREFEITURA, NA DESCARACTERIZAÇÃO DO SÃO JOÃO.

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  2. Dinheiro publico é para ser investido em educação saude e obras publicas para o bem estar do cidadão e não em porcaria de festas que não trazem nenhum beneficio.

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