15 de agosto de 2017

Festa da Boa Morte, patrimônio imaterial, celebra 237 anos



Patrimônio Imaterial da Bahia desde 2010, a Festa da Boa Morte, que acontece em Cachoeira, no Recôncavo Baiano, tem programação até quinta-feira (17). O ponto alto da festa, que celebra 237 anos, será nesta terça-feira (15), quando é comemorada a Assunção de Nossa Senhora.


Na segunda-feira (14), foi celebrada uma missa na Capela de Nossa Senhora da Boa Morte, à noite, seguida por procissão na qual as senhoras negras da irmandade levaram a imagem da santa às principais ruas da cidade. [Veja na reportagem acima]


Programação


Nesta terça (15), a programação inclui alvorada, missa solene na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, às 10h, e procissão. A festa segue com samba de roda no Largo D’Ajuda, às 12h e às 16h. Na quarta (16), um cozido será servido ao som de samba de roda, às 18h, também no Largo D’Ajuda. Já na quinta-feira (17), a festa será encerrada com a oferta de caruru e mais samba, às 18h.


A celebração da Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte é uma das mais importantes do calendário religioso da Bahia, o que atrai muitos turistas para a cidade. Segundo Jomar Lima, da Irmandade da Boa Morte, a expectativa é que o número de visitantes seja maior do que o registrado no ano passado, chegando a mais de 30 mil pessoas.


História



A história da Irmandade da Boa Morte é uma das maiores manifestações culturais do Recôncavo Baiano, passada de mãe para filha por 23 mulheres negras. Para fazer parte da Irmandade, as irmãs precisam ter mais de 50 anos e serem descendentes de africanos.


O culto à Nossa Senhora foi difundida pelo mundo ocidental, desde o século IX, através da expansão católica. As festividades têm forte tradição portuguesa, mas sofreu influência do catolicismo afro-brasileiro.


De acordo com a secretaria do Turismo do Estado (Setur), os festejos da Boa Morte atraem muitos olhares porque contam a história de mulheres negras que conquistaram espaço na sociedade e decidiram se unir para comprar a liberdade daqueles que ainda eram mantidos no modelo escravagista.



Com força, perseverança e fé, elas criaram a Irmandade da Nossa Senhora da Boa Morte, confraria religiosa afro-católica responsável pela alforria de inúmeros escravos.


Em Salvador, a devoção a Nossa Senhora da Boa Morte é registrada desde o séc. XIX, exclusivamente feminina, localizada na Igreja da Barroquinha, em Salvador. A transferência da Irmandade para a cidade de Cachoeira ocorreu por volta de 1820.


Na cidade do Recôncavo Baiano, a Irmandade se instalou na casa de nº 41, chamada de Casa Estrela, local ainda hoje reverenciado pelas irmãs durante o trajeto da procissão.

G1

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