Como apontou todas as pesquisas divulgadas ao longo dos últimos meses, o próximo presidente do Brasil será definido em segundo turno, entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). Os dois candidatos, representantes dos mais exaltados eleitores deste pleito, possuem propostas de governo distintas, cujo embate até o momento foi mais moral do que político, também bastante retardada pelas fake news e propagandas exacerbadas das militâncias.

Em três semanas, até o dia 28 de outubro, o domingo do returno da eleição presidencial 2018, Bolsonaro e Haddad que convencer a própria base eleitoral e a eleitorados dissidentes de candidatos derrotados.
O trabalho aglutinador será essencial – somar votos é crucial nesta fase da corrida à cadeira máxima do Executivo nacional. Mas, para isso, devem também atender as demandas do mercado e dos investidores, cada um por si se mostrar hábil com a agenda econômica do país e oferecer governabilidade com mais ações do que demagogia.
Bolsonaro e Haddad alçados ao segundo turno reflete a polarização do país. De um lado, o militar reformado, e suas promessas de aumentar a segurança nas ruas e combater acirradamente a corrupção, é a esperança de um nome fora da curva - desde o início dos anos 1990 dominada pelo PT e PSDB, recentemente envolvidos em investigações da Operação Lava Jato.
Do outro, o petista paulista ainda à sombra de Luis Inácio Lula da Silva, elevado à presidenciável numa questionável estratégia do partido em insistir na candidatura do ex-presidente, e que apesar de culto, Haddad insiste em uma política retrógrada, baseado naquela que o PT já tentou e fez no início dos anos 2000.
A estrutura política do Brasil está rechaçada, mas em tempo de ser consertada. Numa eleição atípica, sem grandes marqueteiros envolvidos, portanto, sem espalhafatosas propagandas, seja em TV ou na internet, Bolsonaro consolidou um eleitorado fiel há anos, e sem muitos malabarismos, seguiu o tom que sempre lhe foi peculiar. Foi covardemente esfaqueado num momento crucial da campanha, forçado a se ausentar das ruas e dos debates, mas tinha gordura para se manter no topo das intenções de voto.
Haddad entrou na corrida eleitoral como retardatário e apenas conseguiu a vaga para o segundo turno por causa da sintomática transferência de voto do indeferido Lula (preso desde abril na sede da Polícia Federal em Curitiba). Está à sombra de um PT desmoralizado, apontado como traidor do povo brasileiro por ter institucionalizado a corrupção, e mais, não raramente mencionado como a voz de um político-presidiário. Carrega, ainda, a derrota ainda em primeiro turno da reeleição à prefeitura de São Paulo, após um mandato morno.
Num Brasil tão dividido, o segundo turno da eleição presidencial é a oportunidade dos mais bem votados – Bolsonaro e Haddad – em afinar as respectivas projeções aos próximos quatro anos à frente do país.
Ainda falta sustância na campanha de Bolsonaro e seu provável ‘superministro’ Paulo Guedes, que devem se alinhar melhor com o candidato à vice-presidente, Hamilton Mourão, a fim de consolidar ideias, sem ruídos ou ideias dispersas em polêmicas gratuitas.
À Haddad, falta personalidade para conduzir a própria campanha, se desvincular do falatório essencialmente populista do PT a partir de promessas de mais emprego e saúde, além de adverso à agenda de necessárias reformas ao Brasil para evitar o colapso das contas públicas. (Atarde)
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