11 de fevereiro de 2012

Paralisação da PM na Bahia afasta turistas e consumidores locais

Ruas e praias vazias, mais de 130 homicídios e 300 veículos furtados, perda de faturamento de 50% a 90% por dia em estabelecimentos comerciais, aulas suspensas, festas e eventos culturais cancelados. O cenário na Bahia desde que a greve dos policiais militares foi decretada é desolador. No auge da alta estação e às vésperas do Carnaval, o estado tem vivido um momento delicado, com prejuízos para diversos setores de turismo e consumo, com reflexos severos à economia, além dos danos diretos causados à população.

Os prejuízos ainda não foram calculados, mas a perspectiva é pessimista. Embora os desembarques nos aeroportos baianos tenham crescido nos últimos dez anos, com mais de quatro milhões de passageiros em 2010 e uma movimentação de R$ 5 bilhões (6,56% do PIB baiano), os especialistas não vem se mostrando animados. “A Bahia saiu do cenário turístico nacional e internacional”, disse o presidente do conselho administrativo da maior operadora turística do Brasil, a CVC, Guilherme Paulus, durante congresso em novembro de 2011. A greve da PM e a consequente falta de segurança parecem ter contribuído para a queda nos números.


Entre os mais afetados estão os que lidam diretamente com o público, como hotéis e restaurantes. “Pelo andar da carruagem, vão perder pelo menos um terço do faturamento do mês. No caso dos hotéis, a ocupação vem se mantendo firme nos últimos 20 anos, com taxas de 85% a 95% de ocupação. Este ano, devemos chegar a no máximo 80%”, lamenta o presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Salvador e Litoral Norte (Sindihoteis), Silvio Pessoa.

Comércio sofre com prejuízo

De acordo com o presidente do Sindicato dos Lojistas do Estado da Bahia (Sindilojas), Paulo Motta, o prejuízo para o setor entre 31/1 e 5/2 ultrapassa os R$ 200 milhões. “É uma queda de 80% nas vendas em 45 mil lojas na Bahia.” Segundo ele, a orientação aos lojistas é de que seja registrado boletim de ocorrência em caso de prejuízo. “Ontem, seguradoras recomendaram também que os produtos fossem retirados das lojas que ficam em áreas de risco”, explicou.

O Fórum Empresarial da Bahia, que reúne 20 entidades representativas em todo o Estado, inclusive a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), manifestou-se oficialmente sobre o assunto. “Os prejuízos à população e aos setores produtivos, que assistiram nos últimos dias a atos de vandalismo, como saques, e ocorrências policiais de gravidade, são irreparáveis e excedem muito os limites aceitáveis em manifestações por greves”.

Amedrontados, turistas tem escolhido outros destinos. “Gostaria de passar algumas semanas em Salvador, mas diante dos últimos acontecimentos resolvi visitar outras capitais”, conta o geocientista francês Antoine Bouron. “O que mais me marcou é que a situação piorou e a polícia e as autoridades não conseguiram acordo. Para um europeu, faz medo saber o que pode acontecer quando a polícia não faz bem o seu trabalho”, diz o francês. Brasileiros também tem reconsiderado a vinda à Bahia. 

Com ou sem segurança

Diante da ameaça de que os policiais militares não estejam nas ruas durante os seis dias de Carnaval em Salvador, o secretário de Comunicação da Bahia, Robinson Almeida, afirmou que a decisão sobre a realização da festa caberia aos organizadores, que devolveram a bola para o poder público. O presidente do Conselho Municipal do Carnaval (ComCar), Fernando Bulhosa, afirmou que “o Carnaval vai acontecer com ou sem segurança”. E completou: “Nosso papel é colocar o bloco na rua e o governo que tem que garantir a segurança”.

‘Ô, Carnaval acabou’

Nos primeiros nove dias de greve, mais de 80 eventos culturais foram cancelados em Salvador. O receio é que a situação afete também o carnaval da Capital, considerado a maior festa de rua do mundo. Faltando uma semana para a folia, empresas do setor carnavalesco sentem os impactos. A venda de abadás caiu em cerca de 30%. “As pessoas tem feito a opção de são sair de casa. Tivemos uma redução no número de vendas das lojas, nas compras”, admite a gerente de produção da Central do Carnaval, Jaqueline Lessa. Segundo Pedro Galvão, presidente da Associação Brasileira dos Agentes de Viagens na Bahia (ABAV), cerca de 10% das reservas para o período foram canceladas. jornal metropole.

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